Michelangelo: Teto da Capela Sistina.

Uma das mais significativas obras da história da arte ocidental se encontra no teto da Capela Sistina, localizada na Cidade do Vaticano. A abóboda da capela foi pintada entre 1508 e 1512 pelo artista renascentista Michelangelo Buonarroti a pedido do papa Júlio II. O pontífice desejava mudar a decoração da igreja, anteriormente adornada com estrelas douradas em um fundo azul. Michelangelo se planejou bastante antes de iniciar a execução do projeto, dedicando um ano na preparação dos desenhos. O artista era admirador do estilo chamado horror vacui - que vem do latim e significa "temor ao vazio" - e preencheu todos os espaços da abóboda com temas bíblicos. Na parte central estão exibidas nove histórias do Gênesis, agrupadas em três seções:

Primeira SeçãoSegunda SeçãoTerceira Seção
A separação da luz e das trevasA criação de AdãoO sacrifício de Noé
A criação do Sol e da LuaA criação de EvaO dilúvio
A separação das águas e da terraO pecado originalA embriaguez de Noé

O conjunto da obra abarca por volta de 300 representações, compostas em mais de mil metros quadrados e pintadas com Michelangelo deitado.



A obra de Michelangelo retratando as histórias da Bíblia foi feita no teto da Capela Sistina, no Vaticano


Antepassados de Jesus Cristo 



Nos triângulos menores estão retratados os antecessores de Jesus Cristo até Abraão. São 24 representações ao todo que exibem toda a linhagem ancestral de Cristo.

Os Profetas e Sibilas


A vidente da região de Cuméia retratada por Michelangelo


Entre os triângulos são exibidas imagens de doze profetas e sibilas. São eles: Zacarias, sibila Délfica, Isaías, sibila cumana (foto), Daniel, sibila líbica, Jonas, Jeremias, sibila pérsica, Ezequiel, sibila eritreia e Joel.

Provavelmente, Michelangelo fez alusão à cultura grega ao retratar uma sibila (ou vidente) da região da Cuméia, antiga colônia grega estabelecida ao sul da Itália.

Os braços fortes se contrapõem à idade avançada da personagem, percebida pelas rugas na face. Aqui, é possível admirar os conhecimentos do artista em torno da anatomia humana.

A história de Israel


Cena que narra como Judite salvou seu povo ao decapitar o general Holofernes


Nos triângulos maiores, quatro ao todo, estão retratadas passagens do Velho Testamento em que o povo de Israel é salvo por meio de acontecimentos milagrosos.

São exibidas Judite e Holofernes (foto), Davi e Golias, A serpente de bronze e O suplício de Aman.

Na cena de Judite e Holofernes, há três situações: um guarda adormecido, Judite e outra mulher carregando a cabeça do general assírio Holofernes e o corpo dele decapitado.

Pressupõe-se que a cabeça do general na bandeja seja um autorretrato de Michelangelo.


A Criação de Adão 

Deus dando o "sopro divino" à Adão

A emblemática cena do momento da criação de Adão se localiza ao centro da abóboda da capela.


É com simplicidade e força que Michelangelo retrata Deus, dando início à trajetória da humanidade no planeta Terra. A partir de um singelo e único gesto, Adão recebe a vida.

Para o historiador da arte austríaco Ernst Gombrich:  Michelangelo conseguiu fazer do toque da mão divina o centro e o ponto culminante da pintura e nos fez enxergar a ideia da onipotência por meio do poder de seu gesto criador.


O Pecado Original e a Expulsão do Paraíso


Passagem bíblica mostrando o pecado original e a expulsão de Adão e Eva do paraíso

Nessa parte da obra é exibida a passagem que narra Adão e Eva rendendo-se à tentação e sendo ludibriados pela serpente.

A árvore em que a serpente se enrola serve também como um divisor que nos encaminha à situação que se segue, quando o casal é expulso do paraíso através da figura do anjo.

Na primeira cena, vemos corpos no auge de sua potência e esplendor. Na cena seguinte, a constituição física ainda é musculosa, mas a vergonha e humilhação os deixam com aparência envelhecida e cansada.


Comentários

Mensagens populares deste blogue

Michelangelo: análise de Pietà.

Com amor, Vincent Van Gogh

Michelangelo: A criação de Adão.